No dia 11 de junho, segundo dia da Conferência
Brasileira de Folkcomunicação, participantes e visitantes do evento foram
convidados a participar também da performance “Passeio com sombinhas”,
organizado pelo Coletivo à Deriva. Do Centro Cultural da UFMT, onde as sombrinhas
coloridas foram expostas e disponibilizadas, o Coletivo à Dervia arrastou um
grupo de pessoas com sombrinhas para fazer um passeio pelo bosque do campus
universitário.
“Sombras que passeiam” é uma performance coordenada
por Maria Thereza de Oliveira Azevedo, pesquisadora do Programa de
Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da UFMT e do Coletivo à
Deriva.
A ideia da performance emergiu de discussões com
alunos de pós-graduação e de graduação no âmbito do Coletivo. Entre as
informações dos debates, a imagem recorrente, algo folclórica, de pessoas
andando apressadas no campus da UFMT
entre uma árvore e outra, procurando sombra para se proteger do Sol forte em
Cuiabá.
Quintais
-
O debate trouxe para a pauta uma das experiências mais desastrosas no
“desenvolvimento” da cidade de Cuiabá: a derrubada dos tradicionais quintais
cuiabanos, que culturalmente equivalem à experiência de jardinagem de países da
Europa e da Ásia como a reinvenção da natureza no espaço urbano.
Pouco ou nada pensados em termos urbanísticos, os
quintais, com suas sombras, vêm sendo dizimados na medida em que residências
são transformadas em espaços de novos negócios, principalmente no Centro e nos
bairros do entorno.
“Passeio com sombrinhas” foi concebido como crítica
à perda das melhores memórias da cidade, que testemunha a destruição de seus
quintais constituintes da paisagem urbana e também pela falta de uma política
mais contundente de arborização pública para a Grande Cuiabá, que inclui o
município vizinho de Várzea Grande.
A performance foi inicialmente realizada em 2012 no
Centro Histórico de Cuiabá, como atividade do Coletivo então em formação na
UFMT. Em abril de 2013, a performance constituiu a programação do evento
“Performance, Corpo e Política”, em Brasília.
Na Folkcom 2015, Maria Thereza de Oliveira Azevedo
disponibilizou as sombrinhas no corredor que conecta o hall do Centro Cultural ao auditório onde se realizavam
mesas-redondas e conferências.
O passeio, sob as sombras das árvores do bosque da
UFMT, buscou integrar convidados e visitantes da Folkcom 2015 aos debates
culturais, artísticos e políticos que atravessam as atividades do Coletivo à
Deriva no âmbito do PPG ECCO-UFMT.
Texto: Assessoria Folkcom 2015
Fotos: Junia Martins
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