Como
parte da programação cultural da XVII Conferência Brasileira de
Folkcomunicação, evento que acontece entre os dias 10 e 12 de junho na
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Cuiabá, poderão ser
conferidas no Museu de Arte e Cultura Popular da instituição (MACP-UFMT) a
exposição "O que é que a cidade tem?" e a mostra fotográfica
"Cidades Folkcomunicacionais".
Sob
curadoria do professor doutor José Serafim Bertoloto, docente que integra o
Programa de Pós-graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO-UFMT), a
exposição passeia entre o tradicional e o contemporâneo, reunindo obras de 20
artistas.
Do
intrigante "Tuiuiú Nazista" de Gervane de Paula, ao quadro "São
Benedito", uma pintura de bonitos traços de Regina Penna, é possível
perceber o caráter plural da exposição.
As
obras dispostas no amplo espaço não se limitam, definitivamente, a mostrar o
lado mais suave e conhecido da cultura mato-grossense. A crítica ao
desmatamento exagerado está, por exemplo, no reflexivo quadro "Devastação
da Amazônia", de Humberto Espíndola. Representações da desigualdade social
existente no Estado também são lembradas nas pinceladas de Adir Sodré.
As
belezas de Mato Grosso e da cultura cuiabana são, por outro lado, muito bem
realçadas. O enorme painel realístico de Miguel Penha, que em seus traços
representa uma trilha do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães com extrema
riqueza de detalhes, salta aos olhos, tamanha expressividade. Marcela Velasco,
em seu quadro, "Interior Cuiabano", transmite uma boa noção sobre o
interior dos imóveis locais, revelando, assim, todo o estilo de uma época.
As
obras e artistas apresentados não seguem roteiro, apenas dançam entre o ontem e
o hoje, entre a vanguarda e a nova geração artística, entre linguagens, entre
materiais, entre suportes, cores, movimentos e texturas.
“O
que é que Cuiabá tem?” mostra de forma propositiva uma efervescência de cultura
que abriga, acolhe e aceita ser dinamizada por diversas influências que podem
ser traduzidas pela imagética dos artistas, nativos ou que escolheram aqui viver.
Por
toda a diversidade e diferentes pontos de vistas, a exposição consegue
transmitir ao espectador, incluindo aquele que nunca antes havia pisado em solo
mato-grossense, uma boa ideia da pluralidade cultural que se manifesta por todo
o Estado.
Mostra
Fotográfica
Em
um espaço anexo à exposição estará aberta ao público a mostra fotográfica
"Cidades Folkcomunicacionais e Territórios Decoloniais: O folclore no
espaço urbano brasileiro e latinoamericano". A proposta da mostra é
perceber a dinâmica do folclore e das culturas populares no espaço urbano, nos
modos como se enredam, resistem ou se afirmam, em meio a distintas experiências
de modernização.
Texto: Helson de França - Assessoria Folkcom
Foto: Iuri Gomes
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