quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Folkcomunicação encontra-se com decolonialidade


A professora Maria Eugenia Borsani, conferencista da Folkcom 2015 em Cuiabá, comentou em sua visita à UFMT, em 2014, que alunos seus na Argentina passaram a ler sobre folkcomunicação, por conta de sua participação na XVII Conferência da Rede Folkcom em junho próximo.

A expectativa é que membros da Rede Folkcom também passem a se interessar mais pela perspectiva decolonial a partir dos contatos e da troca de informações na Conferência de 2015.

A organização da Folkcom 2015 buscou produzir uma interface possível entre folkcomunicação e decolonialidade, na medida em que as duas perspectivas teóricas constituem-se como outros modos de lidar epistemicamente com conceitos e categorias vigentes nas humanidades e na comunicação.

A folkcomunicação, historicamente, lida com processos comunicacionais e culturais, no folclore e nas culturas populares, nem sempre alinhados a processos relacionados à modernização dos costumes.

A decolonialidade busca se desprender das narrativas canônicas que se desdobraram da matriz ético-política própria da modernidade.

A folkcomunicação tem lidado com outras formas de comunicação, em especial a partir das práticas culturais subalternas.

A opção decolonial produz uma busca de “histórias outras”, não canônicas, propondo novas cartografias epistêmicas capazes de “contribuir para a transformação da razão ocidental”, conforme texto institucional do Centro de Estudos e Atualização em Pensamento Político, Decolonialidade e Interculturalidade (Ceapedi), coordenado por Eugenia Borsani na Universidad Nacional del Comahue (UNCo). 

(Assessoria Folkcom Cuiabá. Foto: Y.G., detalhe de obra artística)

Folkcom: longevidade nas ciências da comunicação


Em 2015, ao chegar à 17ª edição, a Conferência Brasileira de Folkcomunicação (Folkcom) vem se constituindo como um dos mais longevos e contínuos eventos nas ciências da comunicação no Brasil e na América Latina.

A primeira edição da Conferência foi realizada em 1998, por iniciativa da Cátedra Unesco de Comunicação para o Desenvolvimento, instalada na Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), sob coordenação do professor José Marques de Melo.

Em 16 edições, a Folkcom já passou por doze estados: São Paulo (quatro vezes), Minas Gerais (duas vezes), Paraíba (duas vezes), Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Bahia e Ceará.

A trajetória da Folkcom ao longo de 17 anos tem contribuído para a formação de novas gerações de pesquisadores nas mais diversas regiões do país.

O debate folkcomunicacional tem servido também para que a pesquisa em comunicação ganhe contornos próprios e processos de inovação, a partir das singularidades socioculturais e econômicas de cada região no país.

A folkcomunicação também tem se desenvolvido com grupos de trabalho (GTs) em outros eventos como Intercom, Alaic e Confibercom. Nessa trajetória, a folkcomunicação vem pautando questões relativas às experiências de modernização no Brasil, tendo a interface entre comunicação e cultura como foco principal.

(Assessoria Folkcom Cuiabá. Foto: Y.G., roda de cururu em Festa do Divino, Cuiabá)

Conferencista da Argentina falará sobre decolonialidade

Maria Eugenia Borsani, professora da Universidad Nacional del Comahue (UNCo), em Neuquén, na Argentina, é a conferencista de abertura da XVII Folkcom. Borsani é diretora do Centro de Estudos em Atualização em Pensamento Político, Decolonialidade e Interculturalidade (Ceapedi), com sede em Neuquén.

Em 2014, a professora da Argentina fez uma temporada de uma semana no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (ECCO-UFMT), em Cuiabá.

Borsani (na foto, dando entrevista a uma equipe de TV em Cuiabá) ministrou uma disciplina de 30 horas sobre o pensamento decolonial a alunos de mestrado e doutorado e fez encontros com grupos de pesquisa da UFMT.

A visita foi a primeira atividade entre Ceapedi/UNCo e ECCO-UFMT, que firmaram convênio institucional de cooperação acadêmica.

Na UFMT, Borsani manteve contato também com docentes e alunos das ciências sociais e da filosofia, que mostram-se interessados em outras formas não canônicas de conhecimento e igualmente vêm estudando o “giro decolonial”.

A folkcomunicação, que tem se voltado para formas não canônicas de comunicação,como prática e como abordagem teórica, encontra na decolonialidade uma perspectiva teórica de potencial diálogo.

(Assessoria Folkcom Cuiabá. Foto: Y.G.)
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