quinta-feira, 25 de junho de 2015

Licor de Pequi: Camadas de memórias na cidade em curta-metragem

“Dona Dita tem sessenta e cinco anos e está esquecendo as palavras. Lara Jane tem vinte e dois anos, e está em busca da palavra geradora para escrever seus poemas. Maria Flor tem seis anos e está descobrindo as palavras. As três vivem num mesmo espaço da cidade, mas carregam camadas distintas de memória. Os resvalamentos espaciais de cada uma das personagens contaminam os gestos da outra”.

Em resumo, esta é a história contada no curta-metragem “Licor de Pequi”, roteirizado e dirigido por Maria Thereza de Oliveira Azevedo, professora do Curso de Artes/Música e do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (ECCO-UFMT), em Cuiabá.

O filme teve uma apresentação especial no Centro Cultural da UFMT, em Cuiabá, para o público da XVII Conferência Brasileira de Folkcomunicação, antes da conferência-concerto de encerramento do violeiro e pesquisador Roberto Correa, da Escola de Música de Brasília (EMB).

Em fase de finalização no primeiro semestre de 2015, “Licor de Pequi” teve roteiro premiado no edital 2013/2014 de curta-metragem da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. Foi produzido e filmado em 2014 em Cuiabá e chega à finalização para o público em 2015.

O elenco e a equipe de produção contaram com recursos humanos da própria cidade, evidenciando também o reforço e a consolidação por novas condições de produção audiovisual em Cuiabá.

A locação, com base no roteiro de Maria Thereza de Oliveira Azevedo, ocupou espaços no Centro Velho de Cuiabá, anunciando nas imagens do filme as transformações por que passa a cidade e como se desvelam as experiências urbanas.


Mais informações sobre o filme em licordepequicurtametragem.com


Texto: Assessoria Folkcom 2015

Natureza e artifício de corpos provisórios em performance de Daniela Leite na Folkcom

Na mata do bosque da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT/Cuiabá), entre árvores de troncos retorcidos e de cascas grossas características do cerrado, uma parede de plástico transparente enforma, deforma, reforma ou simplesmente institui novas formas, sempre provisórias, a um conjunto de corpos que se confundem entre a vegetação, o solo e a tela translúcida do material sintético.

Era noite, e um fio de pequenas lâmpadas  e um holofote davam a ver distintas formas corporais que se constituíam e se refaziam no entorno daquela espécie de ambiente-corpo ou corpo-ambiente.

Para um movimento qualquer, em que corpos enroscavam-se e fundiam-se com o próprio ambiente natural e artificial, havia uma forma equivalente relacionada a cada pequeno gesto produzido no momento. O corpo, ali, sempre monstruoso, na medida em que constantemente reinventado e apresentado como diferença, ganhava a condição de um corpo em processo.

Além do material plástico, a in-corpo-ração envolvia, muito certamente, folhas secas caídas no chão, pedregulhos roliços ou pontiagudos sob a sola dos sapatos e tufos de poeira fina que aderiam também ao processo de produção dos corpos.

Um grupo de pessoas observava o processo de produção deste corpo-ambiente, produzindo registros com máquinas fotográficas profissionais ou com equipamentos de telefones celulares. O corpo ali já ganhava em extensão na virtualidade do registro digital.
Em se tratando de mata de cerrado, a cena provavelmente era também observada de cima por pássaros silenciosos tentando dormir, lagartos discretos camuflados por entre galhos e insetos voadores que atravessavam o local.

A cena, provisoriamente descrita (ver foto), é da performance “Não cabe mais, gente”, desenvolvida pela atriz e diretora teatral Daniela Correa Leite e parceiros de artes cênicas, apresentada na noite de 11 de junho de 2015 durante a Conferência Brasileira de Folkcomunicação.

Daniela e amigos realizavam esta versão da performance na mata da UFMT, a poucos metros do Centro Cultural, enquanto o Conjunto de Violões e a bailarina e coreógrafa Elka Victorino se apresentavam no Auditório com repertório de tangos, música popular brasileira e música pop internacional.

Sobre a performance

“Não cabe mais, gente”, que teve sua primeira produção em maio de 2015, constitui a série de trabalhos em experimentação por Daniela Correa Leite no questionamento que vem produzindo nos últimos meses sobre o ator/atriz não como aquele que representa, mas aquele que performa a cena teatral.

A experimentação poética faz parte também dos ensaios e debates sobre artes cênicas que Daniela Leite vem produzindo como mestre e agora doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO) na UFMT.

Participaram da performance na Folkcom 2015 amigos de Daniela Leite que estavam no evento e membros do Coletivo à Deriva, coordenado pela professora Maria Thereza de Oliveira Azevedo, do ECCO-UFMT.




Texto: Assessoria de Comunicação Folkcom 2015. 
Foto: Ângela Coradini


Conjunto de Violões da UFMT apresenta cancioneiro popular brasileiro, sulamericano e internacional

No dia 11 de junho, segundo dia da Conferência Brasileira de Folkcomunicação, mal terminava a apresentação do Grupo de Choro da UFMT, no hall do Centro Cultural, começava a apresentação do Conjunto de Violões da UFMT, no Auditório do mesmo Centro Cultural.

Os participantes da Conferência, que também circulavam pela Mostra de Fotografias “Cidades Folkcomunicacionais e Territórios Decoloniais”, no Museu de Arte e de Cultura Popular (MACP), logo em frente no mesmo prédio, passavam do hall ao Auditório, onde o Conjunto de Violões apresentava um repertório do cancioneiro popular brasileiro e da música popular sulamericana e internacional.

Foram apresentados ao público os tangos “Hojas”, “Charcos” e “Domingo”, do uruguaio Homero Perera, “Eleanor Rigby”, de Paul MacCartney/The Beatles, “Espanhola”, de Cristina Tourinho, e “Cateretê”, de J. Queiroz.

Na foto, os instrumentistas se apresentam com performance da bailarina e coreógrafa Elka Victorino, aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da UFMT.

O Conjunto de Violões da UFMT participou da XVII Conferência Brasileira de Folkcomunicação a convite da Comissão Ortanizadora Local e da Direção Artística do Evento, sob coordenação de Maria Thereza de Oliveira Azevedo.


Sobre

O Conjunto de Violões da UFMT foi criado em 2007 pela musicista, instrumentista, intérprete e pesquisadora Teresinha Prada, professora do Curso de Artes/Música e do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da UFMT. O Conjunto mantém-se em atividade até hoje, sob coordenação de Teresinha Prada no formato de projeto de extensão da UFMT, com participação de alunos de Artes/Música e diferentes formações ao longo dos anos.

O Conjunto de Violões já se apresentou na 3ª. Bienal de Música Brasileira Contemporânea de Mato Grosso,  um dos eventos mais importantes da música contemporânea no país, realizado pelo Núcleo de Estudos e Interpretação da Música Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (Necimc-UFMT), coordenado por Teresinha Prada e Roberto Victório.

Historicamente estigmatizado no Brasil, por ter sua imagem vinculada à boemia e à vida improdutiva economicamente, o violão hoje mantém sua característica de instrumento de domínio popular, mas sendo ensinado em conservatórios e em cursos de graduação em música, além de intensamente pesquisado em programas de pós-graduação.

As apresentações do grupo de instrumentistas, em sua atual formação, vêm sendo realizadas em diversos lugares na cidade, como o Hospital Julio Muller (UFMT) e Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) em Várzea Grande (Região Metropolitana).




Texto: Assessoria Folkcom Cuiabá 2015
Foto: Iuri Gomes

Choro divide espaço com siriri, artes visuais, fotografia e pesquisa científica na Folkcom 2015

No saguão do Centro Cultural da UFMT, entre o Museu de Arte e de Cultura Popular (MACP) e o Auditório, o Grupo de Choro da UFMT chega, arruma-se aos poucos com banquinhos e, em roda formada, começa a interpretar canções conhecidas do gênero musical.

Sob a decoração de papel crepom, que lembra as festas de santo nos interiores do Brasil e também recorrentes na Grande Cuiabá, e próximo ao painel recém-pintado em performance pelo artista Herê Fonseca, o Grupo de Choro da UFMT fez uma apresentação especial para a XVII Conferência Brasileira de Folkcomunicação no dia 11 de junho, depois da última mesa-redonda da tarde.

Enquanto a sonoridade do choro invadia o saguão do Centro Cultural, pesquisadores da UFMT e da Rede Folkcom faziam lançamento de livros no Museu de Arte e de Cultura Popular, e conferencistas e visitantes podiam visitar duas exposições: “O que é que a cidade tem”, com trabalhos de artes visuais representativas da produção cuiabana e mato-grossense, e a inauguração da mostra fotográfica “Cidades folkcomunicacionais e territórios decoloniais”, evento constituinte da Folkcom 2015.

O Grupo de Choro da UFMT, com participação de alunos e professores do curso de Artes/Música da UFMT, organiza-se a partir de projeto de extensão, apresentando-se em espaços distintos em Cuiabá, como a Academia Mato-Grossense de Letras (AML), a Praça da Mandioca (espaço boêmio no Centro Velho) e o Mercado do Porto.

O grupo é coordenado pelo professor Eduardo Fiorussi, do Departamento de Artes/Música da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). No repertório do grupo entram compositores já clássicos do choro como Pixinguinha, Benedito Lacerda, Waldir Azevedo, Dino Sete Cordas e Jacob do Bandolim.

Logo após a apresentação do Grupo de Choro, o público pôde ver a apresentação do Grupo de Siriri Flor de Atalaia, do bairro Jardim Atalaia (foto ao lado).

O Grupo de Choro da UFMT se apresentou como convidado da Comissão Local e da Direção Cultural e Artística da Folkcom Cuiabá 2015.




Texto: Assessoria de Comunicação Folkcom 2015. 
Fotos: Yuji Gushiken / Iuri Gomes

Pesquisadores lançam livros em meio a mostra fotográfica, artes visuais, teatro e música na Folkcom

De modo simultâneo à inauguração da Mostra Fotográfica “Cidades Folkcomunicacionais e Territórios Decoloniais”, no dia 11 de junho de 2015, à noite, pesquisadores da Rede Folkcom e da UFMT lançaram livros no Museu de Arte e de Cultura Popular (MACP), durante a XVII Conferência Brasileira de Folkcomunicação, em Cuiabá.

Ao mesmo tempo em que havia o lançamento de livros e se inaugurava a mostra fotográfica, apresentavam-se o Grupo de Choro no saguão e o Conjunto de Violões no Auditório, ambos da UFMT, e o artista visual Herê Fonseca posicionava estrategicamente no espaço sua tela recém-produzida com imagens de narrativas folclóricas.

Eliane Mergulhão, professora da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de São José dos Campos, fez o lançamento do livro “Marcas folkcomunicacionais na obra de Luiz Beltrão” (Intercom, 2015, São Paulo), com capa produzida pela designer Maria Oliveira, membro da Rede Folkcom.

Iury Parente Aragão, doutorando em Comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) e diretor financeiro da Rede Folkcom, lançou o livro “A construção de um santo popular: Caso do Motorista Gregório (Editora UFPI, Teresina, 2015).

Cristian Yañez Aguilar, professor da Universidade Austral do Chile, em Valdívia, apresentou ao público brasileiro e cuiabano o livro “Quehui: Memorias de una isla del sur” (Editorial TextoContexto, Valdívia/Chile, 2015).

Aclyse Mattos, poeta, escritor, publicitário e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), lançou o livro “Festa” (Carlini & Caniato, Cuiabá, 2015), com “poemas musicados” de sua autoria.

Na foto, os pesquisadores Renata Cardias (Sesc-SP e Umesp), Karina Janz Woitowicz (UEPG/Ponta Grossa), Cristina Schmidt (UMC/Mogi das Cruzes) e Sergio Gadini (UEPG/Ponta Grossa) prestigiam o lançamento dos livros de Eliane Mergulhão (de vermelho, a terceira da direita para a esquerda) e de Iury Parente Aragão (segundo, da esquerda para a direita).

Os pesquisadores da Rede Folkcom, na sessão de lançamento de livros, posam em frente à tela do artista Miguel Penha, que retrata em cores vivas as paisagens naturais do cerrado e compõe o acervo do Museu de Arte e de Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP-UFMT).

Miguel Penha, nascido em Mato Grosso, é índio chiquitano (depois de morar em Brasília, passou a viver com indígenas de outra etnia: os Krahô) e teve inicialmente formação artística como autodidata, com exposições individuais já realizadas em Cuiabá, Blumenau, Manaus, Teresina, Macapá, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e premiações no Brasil, nos Emirados Árabes e na Alemanha.

Foi em meio a uma profusão de informações artísticas (visuais, musicais, coreográficas) que pesquisadores da Rede Folkcom apresentaram suas obras ao público de pesquisadores e visitantes da Folkcom 2015 em Cuiabá.




Texto: Assessoria de Comunicação Folkcom 2015
Foto: Yuji Gushiken

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